PF deflagra operação internacional contra hackers do Pix

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, tornou-se uma das ferramentas mais populares e seguras do Brasil. Mas também virou alvo de cibercriminosos cada vez mais sofisticados.

Nesta semana, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma megaoperação internacional para desarticular uma quadrilha que invadia sistemas e desviava valores milionários por meio de fraudes no Pix.

A ação, que mobilizou centenas de agentes e contou com apoio de autoridades de outros países, reforça a importância da segurança digital e da proteção dos dados financeiros — tanto para empresas quanto para consumidores.


A operação internacional

Batizada de Operação Firewall, a ofensiva da Polícia Federal foi deflagrada nesta quinta-feira (31) com o objetivo de combater uma organização criminosa especializada em ataques cibernéticos contra o sistema financeiro.

Foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão (19 preventivas e 7 temporárias) em diversos estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Bahia. Além disso, mandados judiciais internacionais foram executados em países como Espanha, Portugal e Argentina, graças à cooperação entre as polícias.

Segundo a PF, o grupo é suspeito de desviar mais de R$ 800 milhões em golpes envolvendo o Pix, simulando transações falsas, interceptando dados de autenticação e invadindo sistemas de empresas parceiras do Banco Central.


Como funcionava o esquema dos hackers pix

De acordo com as investigações, os hackers operavam por meio de phishing, engenharia social e invasões de servidores corporativos.
As vítimas eram, principalmente, empresas de tecnologia financeira que possuíam acesso direto às APIs do sistema de pagamentos.

Os criminosos conseguiam capturar tokens de autenticação e, a partir disso, movimentavam valores em contas falsas, pulverizando o dinheiro em dezenas de transferências pequenas. Em seguida, os valores eram lavados por meio de criptomoedas e empresas de fachada — dificultando o rastreamento.

O grupo mantinha uma estrutura organizada, com funções definidas, como programadores, operadores financeiros e responsáveis por lavagem de dinheiro no exterior.


Cooperação internacional e rastreamento digital

A operação contou com o apoio da Europol e de órgãos de segurança cibernética de países parceiros, além de assistência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça.

As autoridades conseguiram rastrear transações e identificar endpoints de servidores utilizados pelos hackers em países europeus. Esse trabalho foi essencial para o bloqueio de bens, criptomoedas e valores movimentados ilegalmente.

O delegado responsável pela investigação afirmou que esta é uma das maiores operações contra crimes cibernéticos já realizadas pela PF e que “a atuação coordenada mostra que o Brasil está pronto para enfrentar o cibercrime transnacional”.


Impactos para o sistema financeiro e para os usuários

O caso reacende o alerta sobre a vulnerabilidade de sistemas digitais, mesmo os mais robustos. O Pix continua sendo um dos meios de pagamento mais seguros do país, mas especialistas reforçam que a segurança depende também do comportamento do usuário.

Entre as principais recomendações estão:

  • Evite clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS ou WhatsApp.

  • Ative autenticação em duas etapas em aplicativos bancários.

  • Verifique a origem de cada transação antes de autorizar transferências.

  • Desconfie de ofertas e premiações via Pix, especialmente de remetentes desconhecidos.

Para o Banco Central, o episódio reforça a necessidade de investimentos contínuos em cibersegurança, mas não compromete a integridade do sistema — que conta com protocolos avançados de proteção e monitoramento.


O que muda daqui para frente

Com a Operação Firewall, a Polícia Federal pretende intensificar a cooperação internacional e criar uma força-tarefa permanente para monitorar crimes ligados ao Pix e a outras plataformas de pagamento digital.

Além disso, está em discussão um novo protocolo de rastreamento de fraudes, que permitirá identificar transferências suspeitas em tempo real, bloqueando automaticamente valores antes que cheguem ao destino final.

A expectativa é que essa ação iniba o crescimento das fraudes digitais e fortaleça a confiança do público nas transações via Pix.


A Operação Firewall representa um marco no combate ao cibercrime financeiro no Brasil. O golpe dos hackers do Pix revelou que, apesar da robustez do sistema, nenhuma tecnologia é totalmente imune — e que a colaboração entre instituições e países é essencial para conter essas ameaças.

Mais do que punir criminosos, a ação da PF serve como alerta e aprendizado: proteger seus dados e adotar boas práticas digitais é a melhor forma de se defender.
O Pix continua seguro, mas a segurança depende também de você.


Referências

INFOMONEY. PF deflagra operação internacional contra hackers do Pix. São Paulo, 2025. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/brasil/pf-deflagra-operacao-internacional-contra-hackers-do-pix/. Acesso em: 31 out. 2025.

PORTAL DO BITCOIN. PF deflagra megaoperação contra hackers que desviaram R$ 800 milhões do sistema do BC. São Paulo, 2025. Disponível em: https://portaldobitcoin.uol.com.br/pf-deflagra-megaoperacao-contra-hackers-que-desviaram-r-800-milhoes-do-sistema-do-bc/. Acesso em: 31 out. 2025.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Pix: segurança e funcionamento. Brasília, 2024. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/pix. Acesso em: 31 out. 2025.

POLÍCIA FEDERAL. Nota oficial sobre a Operação Firewall. Brasília, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/pf/pt-br. Acesso em: 31 out. 2025.


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